Um pastor foi preso após operação conjunta entre o Ministério Público estadual, Secretaria Municipal de Saúde de Mucuri e as Polícias Civil e Militar em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos no município de Mucuri, na Bahia.

Pacientes em surto ficavam acorrentados por até três dias em Clínica de Reabilitação clandestina mantida pelo pastor

Segundo o promotor de Justiça Bernardo Barbosa Sarkis, o MP instaurou procedimento para investigar a clínica após recebimento de denúncias relatando casos de tortura, maus tratos, internação forçada e cárcere privado. Foram presos em flagrante por cárcere privado o diretor e o proprietário da clínica.

A operação contou também com a participação da Vigilância Sanitária Municipal.

Localizada na Pousada Litoral, no bairro Por do Sol, em Mucuri, a clínica de reabilitação terapêutica funcionava 24 horas e atendia 20 pessoas do extremo sul do estado, com funcionamento iniciado há cerca de 6 meses. De acordo com o promotor de Justiça, o local está irregular e não possui licença.

As denúncias recebidas pelo MP relataram casos de pacientes que foram acorrentados e houve ainda o caso de uma mulher com transtorno mental foi forçada a pegar com a boca a comida que ela havia jogado no chão.

Além do Pastor, uma outra pessoa que administrava o local também foi presa acusada de sequestro e cárcere privado.

Segundo a Polícia Civil, um adolescente de 15 anos estava internado no local. Vários pacientes tinham marcas de correntes nos pulsos: eles chegavam a ficar presos durante até três dias após surtos.

Os internos foram encaminhados para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), onde receberam atendimento médico e, posteriormente, foram direcionados às famílias nos municípios de Eunápolis e Itabela, em sua maioria.

Os suspeitos, por sua vez, passaram por exames de lesão corporal e estão à disposição da Justiça após serem encaminhados para Teixeira de Freitas.